Humberto Delgado e a Coisificação no Brasil25/6/2010 20:46:32 |
O General Humberto Delgado morreu pelo povo português na luta contra a opressão e o totalitarismo em Portugal em 1965, condenado pela PIDE (Polícia de Defesa do Estado), braço forte da ditadura instalada em Portugal sob o comando de Salazar. Humberto Delgado era um militar respeitado pelas suas idéias democráticas, tendo a liberdade como bandeira, que viriam mais tarde contribuir para a Revolução dos Cravos levada à vitória em 26 de abril de 1974 com significativa participação popular. Dos fatos finais, consta na rica história portuguesa uma luta constante de um cidadão que sonhou com a liberdade, mesmo que o preço lhe custasse sua própria vida. Para muitos brasileiros, a história de Humberto Delgado é totalmente desconhecida. Alçado à condição de herói, o “General sem medo” como era também conhecido à época, tinha uma folha exemplar de serviços prestados à nação portuguesa. Humberto Delgado, segundo José Antônio Novaes autor do livro “Humberto Delgado Assassinato de um Herói”, era valente, honesto, inteligente e patriota, quatro virtudes compatíveis com uma carreira brilhante, porém dentro de um regime ditatorial. O regime corporativo até então submetia o povo português à pobreza e à indigência cultural, costumava proferir em suas conferências mundo afora. Exilado no Brasil, desde a sua chegada, não só teve a consciência de que era necessário denunciar perante o mundo a ditadura portuguesa, mas respeitar integralmente as leis brasileiras. A brilhante trajetória de Delgado nos permite refletir a dimensão histórica dos fatos. No Brasil atual ainda paira certa inércia, como se algo milagroso fosse nos arremeter décadas à frente no duro caminho para o desenvolvimento, bem diferente do General Humberto Delgado, que tomou a iniciativa do fazer. Temos encontrado dificuldade de mobilização coletiva. Muitas vezes delegamos aos outros a responsabilidade da ação cívica de conviver em harmonia com responsabilidade. Algo como se “isso não fosse comigo”, e assim continuando imobilizados. Interessante o nosso “patriotismo” de chuteiras, durante a copa do mundo de futebol, exibindo altaneiros nosso pavilhão verde amarelo. Curiosamente é esquecido por muitos no dia da Pátria. A respeito do saber, estamos dialogando sobre quase nada! Muitos dizem a mesma coisa e quase ninguém diz nada diferente! O que de fato desejamos para o nosso país? Qual a minha, a sua e a nossa responsabilidade? Imagens que se sobrepõem com crianças a levantar pipas, sem livros, sem leitura, sem entendimento do que precisamos compreender urgentemente. Poucas opções de entretenimento criativo e cultural. Quando existem, estão disponíveis quase sempre para a classe dominante! Aglomerados indiferentes, sons das ruas, das avenidas, dos tambores. Chaga aberta da violência das cidades amedrontadas em um país violento e com cidadãos que deveriam estar preocupados com os seus direitos, inclusive de ir e vir. Nossa maior conquista que ainda estar por vir é por um ensino de qualidade com direitos de acesso e inclusão indistintamente. Vamos torcer antes de tudo pelo Brasil e assumir nossas responsabilidades evocando a justiça social e uma melhor distribuição da renda. Esta é a competição que de fato precisamos vencer! Paulo Celso Magalhães |
Paulo Celso Magalhães - paulocelsorp@gmail.com - www.cidadaniaeinclusao.blogspot.com
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Humberto Delgado e a Coisificação no Brasil
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