sexta-feira, 27 de agosto de 2010

HONESTIDADE É OBRIGAÇÃO, PELO MENOS

Se tomarmos em última instância o que vem ocorrendo no país, estamos beirando o retrocesso ao invés de festejarmos a evolução. Refiro-me à decadência moral e das regras mínimas de convivência em sociedade.
Curiosamente, quanto mais se aprende, tanto maior a razão para espanto. A gente se nega acostumar a ler, ver e sofrer com as imagens e fatos que prognosticam o enfraquecimento da sociedade naquilo que é a sua essência: a arte de conviver!
Segundo os pesquisadores Coulson e Ridell (1979), a sociedade é mais do que a soma das pessoas que estão nela. Não são apenas as pessoas, mas também a maneira como elas estão relacionadas entre si, organizadas e distribuídas.
Num país de tantas leis, podemos comemorar – ou lamentar, mais uma: a lei da “Ficha Limpa”. Ela pode vetar candidatos, desde que estejam em situação irregular. Subentende-se também a desonestidade, inclusive a malversação do erário, ou seja, a falta de zelo com a verba pública. É isso mesmo, foi preciso uma lei para esse tipo de descalabro ético.
Mas, mesmo aquele, barrado no baile numa primeira instância, ainda poderá recorrer e entrar na festa.
É para causar estarrecimento, no mínimo.
Ser honesto não é motivo para se erguer troféus ou promover exibição de taças, como aquelas que ficam décadas e até séculos, nas vitrines dos clubes, muitas vezes empoeiradas ao relento dos cantos.
Honestidade é obrigação!
A rigor, a gente se surpreende com o avesso das coisas certas, mesmo que para isso as regras sejam subestimadas nas cartilhas de sobrevivência.
Um procedimento intrigante, mas muito comum na prática do dia a dia.
É uma aspereza paradoxal, de proporção colossal.
Uma verdadeira guerra!
Mas não é somente uma guerra visível, seja ela por qualquer razão, injustificável naturalmente, senão estúpida, aliciada pela impunidade contumaz arraigada aos contrapassos, gerenciada pela falta de decência das inúmeras manobras da enganação e do faz de conta!
É necessário ao que parece, aperceber-se diante da tênue possibilidade da convivência em harmonia, das conturbativas diferenças do alfabetamento inútil.
É a desumanidade do homem para com o homem.
Atos individuais ou coletivos de iniquidade têm mergulhado grande parte da sociedade na brutalidade, no derramamento de sangue, na indiferença descabida, na obscuridade da grande “fábrica de mentiras”.
O desejo de liberdade, não existe por acaso. Ele está dentro de nós. Mesmo que a negociata se encarregue de mantê-lo distante do nosso alcance.
Criatura ou criador, o homem é responsável pelo estado de coisas que aí está e que parece não ter fim!


Paulo Celso Magalhães

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