terça-feira, 7 de junho de 2011

A MORTE DE JUSTO ALTRUISTA, UM EX-COMBATENTE BRASILEIRO

Justo Altruista, morreu reduzido a uma insignificância diante dos passivos brasileiros pacatos e desinteressados pela própria história. Justo era um dos poucos remanescentes da hercúlea jornada que foi a aventura dos "pracinhas" na Segunda Guerra Mundial.
Poucos retornaram à pátria brasileira e esses poucos ainda teriam que travar a mais vergonhosa das batalhas com o "fogo amigo", ou seja, contra o seu próprio governo, na árdua tarefa de constituir provas de que realmente estiveram em campo de batalha!
Primeiro entre poucos a correr saguão, um amigo de tempos passados ali estava a observá-lo em seu leito de morte. Altivo Alijado, serviu na mesma companhia e também chegou a Nápoles pensando estar em Cabo Frio. Na lembrança do nobre amigo, a luta pelos ideais de liberdade subindo morros e colinas, montes e castelos dia após dia sob condições desumanas como se de outro maneira poderia ser: a guerra!
Em silêncio foi enterrado ao som do canto desafinado do hino da pátria, por alguns outros presentes. Pátria que tratou de não reconhecê-lo!
O soldado Justo foi mais um número no triste descaso no trato dos nossos verdadeiros heróis, os cidadãos invisíveis!
Se ainda assim o soldado Justo teve o direito de ser enterrado em solo pátrio, não foi assim com muitos outros registrados nas cruzes de Pistóia ou mesmo sabe-se lá onde mais!
Se é popular e quase parte do imaginário coletivo que a "justiça tarda, mas não falha", vê-se sob a tutela da classe dominante um mecanismo de acomodação na busca de soluções para os inúmeros problemas por este país afora.
E a vergonha da nação pobre que Justo honrou, como fica? Esta maneira de governar, que tem o péssimo hábito de esconder os maus exemplos como em casos recentes, deixando um questionamento: até onde o poder pode corromper?
No mínimo tais abusos deveriam gerar algum impacto em nossa postura, mesmo que docilizada. Mas é mais fácil jogar a poeira para debaixo do tapete do que limpar a casa.
Esta alternativa, no entanto, Justo Altruista não teve na guerra. Sua opção foi enfrentar o inimigo de corpo e alma mesmo que em condições desfavoráveis. Nem por isso se omitiu!
Não pode haver dois pesos e duas medidas.
Onde está a dignidade da população que se cala diante de fatos tão lamentáveis?

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