segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O GRANDE CONFLITO DAS BANANAS

Confesso que já tive mais orgulho de ser uma banana.
Atualmente sou um (a) banana muito triste e impaciente. Dizem que sou forte e que valho pouco, no entanto.
Sou uma má companhia na concepção de muitos.
À noite então, todos me evitam. Vivem dizendo que não sirvo para nada e que minha presença acaba trazendo problemas à saúde dos demais.
Digo que as bananas têm uma característica curiosamente rara: não desistem facilmente, mesmo quando o cacho está preto!
Vivemos sempre em famílias numerosas, com muitos irmãos e apenas um coração.
Não podemos escolher como e onde nascermos, mas se pudéssemos seríamos maçãs, sempre bem vestidas e desejadas, que se orgulham da terra natal.
Majestosas, às vezes ácidas, vivem esnobando as primas mais pobres e até se dão ao luxo de escolherem roupas de várias cores.
Desdenham da gente, pois vivem no frio, e por isso têm o privilégio da relação com gente mais bem sucedida enquanto nós vivemos no calor entre os pobres.
Em nosso país, no entanto, verdade seja dita, muitas bananas se corromperam e vivem se metendo em encrencas, falcatruas e outras situações ainda mais esdrúxulas.
Verdadeiras “bananosas” que irremediavelmente acabam em pizza, inclusive de bananas!
E com isso, a nossa (des) união gera tantas bananadas que de tão vulgares, ganham-nas de brinde aos montes.
É uma grande avacalhação com algumas poucas bananas valorosas que não se corromperam.
E assim, vamos levando a vida de mansinho, como se nada estivesse acontecendo de pior.
Para piorar vivemos penduradas, em pencas e com a fragilidade do lugar constantemente caímos e rolamos morro abaixo.
Por isso mesmo deixamos de viver na cabeça de muita gente boa.
Tornamo-nos importantes por aqui, somente no período da colheita, de quatro em quatro anos.
Depois esquecidas, apodrecemos rapidamente e aí só mesmo nos fornos com as tortas.
Mas para as colheitas vindouras sempre haverá mais bananas, algumas verdes a bem da verdade.
Dizem que os bananas e as bananas, sem distinção de sexo, ainda serão importantes.
Constantemente quem elabora e defende esses conceitos são as bananas nanicas, nossas primas.
Meus ancestrais também acreditaram há séculos, mas até hoje, nada!
Continuamos bananas desvalorizadas por que damos em qualquer lugar e para qualquer um.
Pois essa é a nossa terra: a Fazenda Bananal Tropical.
Não é à toa que muitas bananas continuam fugindo, por não concordarem com tanta desconsideração, inclusive com as bananeiras. Quando velhas são nomeadas inúteis e cortadas impiedosamente.
E tem sido assim, sempre: carregamos o fardo de que quando alguém erra, foi devido a um escorregão logo em nossa casca inútil.
E a elite das frutas, em estado de graça, sorri da nossa desgraça.

2 comentários:

  1. Meu amigo Paulo,
    muito duro ter que concordar com cada linha escrita, mas ultimamente tenho reclamado mais e me resignado menos. Já passei da fase de desistir e querer ficar fora do país e me esquivar de minhas responsabilidades por uma distante, mas possível melhora. Acredito que possamos, se trabalharmos duro.
    grande abraço
    Fábio Aguiar Alves

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  2. professor por mais que não queremos temos que concorda com o senhor, por mais que a2001 tente temoa que adimitir q o senhor esta certo não em tudo mas na maioria
    tchauzimho
    Dhenifer Mota

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