quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O XIS DA QUESTÃO

É sabido que o Brasil não conta com ensino de qualidade já faz tempo!
O nepotismo é praticado sem piedade, bordejando hora aqui hora acolá.
A louvação parece inflectir diante de tantos matreiros e odiosos.
O honesto, no revés da história se transforma em bobo da corte.
Por todas as esquinas e cruzamentos repulsa e indignação de uma população boquiaberta e no limiar da impaciência ciclônica.
O ENEM, não difere dos demais episódios lamentáveis da nossa realidade.
Corriqueiramente entre tantos episódios dantescos, banaliza-se o imenso transtorno que significa o acesso à universidade, vide os equívocos e trapalhadas que, aliás, não foram acontecimentos novos.
Torna-se então, piada de mau gosto na boca dos boateiros, o fato de que, quem comanda este evento seletivo são “marinheiros que não estão em primeira viagem”. Será verdade?
Do outro lado do picadeiro, melhor dizendo, dentro dele, estão os jovens, esperançosos por galgar novas oportunidades no ensino, mesmo que este esteja cambaleando e tropeçando nas próprias pernas. Famílias inteiras que optam, apesar de tanto apelo ao contrário, pela correção, pela ética, pelas regras democráticas do justo concurso ainda assim injusto, da seleção de alguns em detrimento de tantos que ficam pelo caminho.
Que a aplicação de uma prova para quase quatro milhões de pessoas é um evento complexo com dimensões continentais, isto ninguém duvida!
Exige naturalmente uma logística grandiosa com investimento altíssimo, que beira a casa dos 100 milhões de reais.
Mas a pergunta que fica é se também por aí há uma reedição das infindáveis situações e desacertos administrativos para não dizer, pelo menos equivocados, nas instituições gestoras da máquina governamental?
E o xis da questão é o fato de acostumarmos com este desolador cenário e não darmos a devida importância com o desfile que está diante dos nossos olhos contemplativos, condescendentes e descrentes com aquilo que se vê.
Grave, senão pior, são as notas risíveis e melodramáticas dos governantes. Repetitivos, metafóricos e a cada dia que passa, mais cansativos e muito distantes da mestria, que deveria ser o mínimo exigido para aqueles que se candidatam ao comando.
Já passou da hora de brincar de faz de contas. É chegada a hora, se já não é tarde demais para limpar a maquilagem da cara de pau!

Nenhum comentário:

Postar um comentário