quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OLIMPÍADA, AÇÃO PROLIXA OU OPORTUNIDADE?

O discurso - e as ações prolixas das classes dominantes, permanece repleto de peças inúteis determinando um modelo histórico de retrocesso diante da concepção de sociedade democrática, justa e inclusiva.

Desfigurado, é avalizado e reforçado pelo sistema hegemônico vigente que acomoda, portanto pouco transforma, não só pela falação, mas também por falta de eficaz atuação.

Lutar então é o que nos resta para desacomodar os “bem instalados” que emergem cada vez mais impunes e indiferentes.
Caminhos tortuosos da desonestidade e das descabidas licitações ilícitas, conduzidas com finalidade planejada com vistas ao controle absoluto dos padrões de conduta, que advém do estado de imobilização de uma sociedade muitas vezes ocupada com inutilidades.
Esta mesma sociedade torna-se então, mais empobrecida em oposição ao almejado estado de direito e de bem estar social que se perpetua no “dito pelo não dito” ou seja: cumprido parcialmente, numa perspectiva tipicamente neoliberal, coadjuvada pelos regulamentos de consumo, mantenedores da exclusão social entre o ter que prevalece ao ser.

E se está ruim, ainda poderá ficar pior!

A exposição do país na mídia internacional graças aos grandes eventos esportivos que se aproximam – Copa do Mundo e Olimpíada, pode gerar poucos ganhos e muitas perdas se levarmos em consideração as variáveis que tais iniciativas significam como a dependência do legado atrelado a um conceito do tipo “pós-venda”.
A Olimpíada tem sido compreendida, e de forma equivocada inúmeras vezes, como um evento exclusivamente de consumo, ou seja, o cidadão constitui-se em consumidor e pouco absorve dos seus reais benefícios, como o acesso democrático ao esporte nas suas diferentes formas de manifestação.
Não há como negar a importância dos Jogos Olímpicos.

Do esporte podemos apreender grandes lições de moral, civilidade, dedicação e respeito ao próximo o que por si só já seria uma grande contribuição diante dos lamentáveis e inúmeros eventos de corrupção por esse país afora, sem contar a violência com taxas das mais elevadas do mundo.

E se o esporte traz tantos benefícios qual a razão da penúria na qual se encontra?

Concordamos que o esporte é direito de todos, mas o que tem a ver a Olimpíada com isto? Quando muito o evento olímpico deveria estar coroando exatamente o sucesso de políticas voltadas para a prática do esporte nas escolas, nos clubes, nos espaços constituídos para este fim!

Esse seria o legado: ao esporte bem desenvolvido organizar-se-ia uma Olimpíada e não o contrário!

De fato, necessitamos com urgência repensar o esporte nacional compreendendo as suas imensas possibilidades de melhoria da qualidade de vida e da saúde da população brasileira.

O esporte não se constitui uma ação isolada, todavia!

Como não há muito mais o que se fazer neste aspecto, afinal ao que tudo indica os Jogos acontecerão de qualquer maneira, cabe agora remendar os equívocos e distorções dessa contra mão histórica!

Talvez seja uma posição ingênua, mas não terá sentido algum alterar simplesmente o rótulo sem modificar a qualidade do produto, possibilitando ao cidadão brasileiro os mesmos direitos e oportunidades, pois é ele, de fato, que deve conduzir os destinos da nação e não o contrário, mesmo com todas as perversidades a que somos submetidos, acometidos por uma ingenuidade e indiferença históricas, arquitetada pelas classes dominantes, é bem verdade!